JESS-PORTAL DA NOTÍCIA – EDIÇÃO 2.875-SINDESP.ORG.BR
Se de um lado, conscientemente, sabemos que uma alimentação saudável, no geral, é composta por legumes, verduras, frutas, fibras, cereais, carnes saudáveis (se não for da ordem dos vegetarianos/ VEGANOS) e hidratação adequada; do outro lado temos uma geração de INFLUENCERS que se curvam à indústria da dieta e propagam na internet fórmulas mágicas, produtos da moda e atalhos para conseguir o corpo dos sonhos. Quando se fala em Nutrição, automaticamente se associa ao emagrecimento ou à construção de músculos grandes e fortes. No entanto, a base desta área de estudo é a Saúde.
Na graduação, suas disciplinas formadoras estão lado a lado de outras importantíssimas para o entendimento do organismo do ser humano, como anatomia, patologia, microbiologia, bioquímica e muito mais. Além de influenciadores não muito confiáveis, e uma mídia esmagadora que nos coloca diariamente diante de símbolos que constroem no imaginário popular uma visão distorcida do que é nutrição de verdade, também temos a atual situação econômica do país. Vimos, nos últimos anos, os preços dos alimentos básicos dispararem devido à inflação atual, a enorme oferta de produtos industrializados pobres em nutrientes e, cada vez mais, a falta de educação nutricional como base nas escolas e nas famílias. Diante disso, como garantir que conseguiremos chegar à melhor idade para usufruir dos investimentos que fizemos durante a vida toda? Pensando nisso e aproveitando o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, propomos uma série de dicas de como conseguir fazer suas compras periódicas de uma forma que afete menos o seu bolso, mas que garanta uma vida mais feliz, saudável e longeva. A nossa base teórica para esta proposta é o Guia Alimentar Para a População Brasileira. Como ele mesmo se categoriza: “é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores.” O guia considera os inúmeros determinantes das práticas alimentares do brasileiro, além da “complexidade e os desafios que envolvem a conformação dos sistemas alimentares atuais, o guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada.” Vamos lá: Consuma mais alimentos in natura ou minimamente processados. São aqueles que, ao deixar a natureza, vão praticamente desta mesma forma à mesa (in natura) ou passam por pouquíssimos processos (minimamente processados), como, por exemplo, limpeza e retirada das partes que não são interessantes para o consumo humano. A dica, neste caso, é ficar de olho nos encartes dos supermercados mais próximos à sua casa. A maioria deles dedica um ou dois dias específicos ao hortifruti, que é quando os vegetais chegam e os preços são mais interessantes. Além disso, busque lojas grandes de atacado ou ATACAREJOS, pois quase sempre o preço vai ser melhor. Apesar de redes mais requintadas apresentarem os vegetais mais “bonitos” e opções mais diferenciadas, os mercadinhos de bairro, por vezes, apresentam opções boas para o seu bolso. Se for o caso, procure uma feirinha perto da sua casa e acostume-se com a hora da xepa, que também é vantagem, visto que os preços caem. Quer comprar direto do produtor? Há algumas fazendinhas que se dispõem a deixar na sua casa os vegetais já limpos e prontos para o consumo, em uma variedade sempre contando com as opções da época. Reduza o consumo de óleos, gorduras, sais e açúcares Tente criar novas rotinas de consumo nas quais os itens mencionados neste tópico estejam reduzidos ou fora da sua rotina. Para óleos e gorduras, reduza as quantidades no preparo dos alimentos e faça escolhas mais saudáveis. Por exemplo: se já vai usar requeijão no seu misto quente, então não precisa encher o seu pãozinho de manteiga antes de colocá-lo na torradeira. Investir em uma airfryer também é algo a se pensar, visto que se frita sem óleo, e os preços estão cada vez mais acessíveis. Se você utiliza, com frequência, manteiga/margarina e azeite nos preparos e, na sua lista de compras, sempre estão os itens de forma simultânea, comece a fazer escolhas. Neste mês, use um. No próximo, use o outro, e assim por diante. Sobre o açúcar, independentemente do tipo, a questão é parcimônia. Para o cafezinho, por exemplo, reduza a quantidade aos poucos até se acostumar com pouco ou nenhum dulçor, aproveitando o real gosto do café. Com o sal é a mesma coisa. Por mais que existam os “sais fantásticos” e coloridos nas prateleiras, no fim das contas são todos bem parecidos. Pegue leve na mão e acrescente temperos e ervas para dar uma nova gama de sabores que não seja o “salgado”. A natureza é rica e o paladar também! Alimentos processados.Os alimentos processados fazem parte da nossa vida e se apresentam como produtos de grande praticidade no dia a dia, por isso é tão difícil viver a rotina da sociedade atual sem tê-los no armário. São as conservas de legumes, pães, queijos, compotas de frutas – ou seja, itens que consumimos diariamente. A dica, neste caso, é consumir em pequenas quantidades e sempre em conjunto com alimentos in natura ou minimamente processados, para reduzir o seu impacto. Na hora de comprá-los, também, devemos ficar atentos: as buscas por promoções não devem parar – vale até utilizar os apps dos supermercados ou se inscrever nas listas de WhatsApp para receber as ofertas; ao invés de levar 3 ou 4 tipos de queijo, escolha um por vez, para não deixar de consumir de acordo com sua preferência; e sobre as compotas, sempre há uma marca Alimentos ultraprocessados São aqueles que, do ponto de vista nutricional, não têm o balanço correto de nutrientes para o corpo. Facilmente encontramos por um preço bastante acessível e, pelas grandes quantidades de gordura e açúcares, podem ser os favoritos de muitas pessoas: bolachas recheadas, os famosos miojos, salgadinhos, batatinhas e todos os similares. Pelo gosto agradável e fácil obtenção, caíram no paladar da maioria das pessoas. No entanto, jamais devem ser consumidos em excesso e muito menos substituir os alimentos in natura ou minimamente processados. Além disso, segundo o próprio Guia, suas “formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente”. Ou seja, é ruim para sua saúde e para o planeta. Vá para a cozinha! Uma das formas mais efetivas de economizar dinheiro nos dias de hoje é cozinhando. Sabe-se que comer na rua ou pedir os famosos deliveries custa caro ao bolso no final do mês, por isso é importante aprender a desenvolver a prática (e o amor) pela cozinha. Fazer o seu próprio alimento é sinal de liberdade. No final das contas, você não vai mais depender de restaurante X ou Y para comer o que gosta. O Guia também diz o seguinte: “Desenvolva, exercite e partilhe suas habilidades culinárias; valorize o ato de preparar e cozinhar alimentos; defenda a inclusão das habilidades culinárias como parte do currículo das escolas; e integre associações da sociedade civil que buscam proteger o patrimônio cultural representado pelas tradições culinárias locais”. Cozinhar é, sim, um ato político. Anotou as dicas? Comendo melhor e fazendo boas escolhas (para a saúde e para o bolso) agora, você garante um futuro mais tranquilo e feliz!