JESS-PORTAL DA NOTÍCIA –EDIÇÃO 3.486 SINDESP.ORG.BR
Com o tema “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt.14,16), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida os fiéis a viverem intensamente a Campanha da Fraternidade (CF) em suas paróquias e comunidades, estendendo a reflexão para toda a sociedade.
Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), estima-se que atualmente no Brasil 33,1 milhões de pessoas estão passando fome e mais da metade da população do país, 125,2 milhões de pessoas, enfrenta algum grau de insegurança alimentar, ou seja, sem acesso regular e permanente a alimentos. Segundo o relatório, considerando todas as regiões do país, em média 3 em cada 10 famílias vivem a incerteza do acesso a alimentos em um futuro próximo e preocupam-se se a quantidade será suficiente num futuro imediato. Com início na quarta-feira de Cinzas (22/02), a Campanha da Fraternidade visa promover, mais fortemente durante o Tempo da Quaresma, uma reflexão embasada sobre o tema proposto, com ações concretas que podem ser realizadas localmente, como mapear e dar uma solução para as famílias. – As boas obras ou obras de piedade “esmola, oração e jejum “ – Nova proposta de JESUS para a quaresma.
ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2023
Pai de bondade, ao ver a multidão faminta, vosso Filho encheu-se de compaixão, abençoou, repartiu os cinco pães e dois peixes e nos ensinou: “dai-lhes vós mesmos de comer”. Confiantes na ação do Espírito Santo, vos pedimos: inspirai-nos o sonho de um mundo novo, de diálogo, justiça, igualdade paz; ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária, sem fome, pobreza, violência e guerra; livrai-nos do pecado da indiferença com a vida. Que Maria, nossa mãe, interceda por nós
para acolhermos Jesus Cristo em cada pessoa, sobretudo nos abandonados, esquecidos e famintos.
ANÁLISE
A fome no Brasil é um problema histórico e permanente que, após relativa queda, voltou a crescer nos últimos anos, em especial, com a pandemia e afeta hoje uma parcela de 15,5% da população do país. Convivem com escassez de alimentos 33 milhões de pessoas no território nacional, especialmente, nas áreas rurais e nas regiões Norte e Nordeste, mormente, na comunidade negra. As causas para a fome no Brasil compreendem desde questões sociais e econômicas até políticas, inclusive a intensa corrupção, ausência de políticas públicas destacando-se as desigualdades sociais, a pobreza, as crises (política, econômica, sanitária) e a má distribuição de alimentos. Fatores naturais, a exemplo da secas severas, também contribuem para a ampliação da insegurança alimentar. A fome afeta drasticamente a qualidade de vida e a saúde física e mental dos indivíduos, causando a desnutrição e até mesmo a morte. É um problema mundial que atinge 830 milhões ou seja 30% as população das nações.
O estudo feito pela FAO destaca que os principais fatores para o aumento da insegurança alimentar e a desnutrição são os conflitos, as temperaturas extremas no clima e as crises econômicas. O governo pode atuar para diminuir a fome no Brasil com distribuição de alimentos, os programas de profissionalização e a redistribuição de renda, defrontação do incremento significativo da inflação, crise econômica, desemprego e desigualdades sociais.
A fome e insegurança alimentar são conceitos distintos. “Quem passa fome devido a questões sociais sem dúvida está em insegurança alimentar. Esse termo acaba sendo mais amplo porque abrange toda questão de direito a alimentação. Mas a fome retrata exatamente o que pessoa passa: situação que de não ter regularidade na alimentação.