JESS-PORTAL DA NOTÍCIA EDIÇÃO 3.129-SINDESP.ORG.GR
Os últimos dias do monarca. D. Pedro I teve que deixar tudo para trás e se mudar para a Europa em 7 de abril de 1831, em uma longa viagem, na companhia da segunda esposa, Dona Amélia. Novamente, não encontrou grande apoio dos europeus, mesmo após tentar encontrar aliados na França e no Reino Unido. Como resultado, reivindicou seu título de Duque de Bragança — nome para o qual nem se quer era mais herdeiro direto. Após o nascimento da filha dele, D. Maria Amélia, Pedro se viu tendo que deixar a esposa e a criança para lutar na Guerra Civil Portuguesa, em 1832. Em 9 de julho, entrou na cidade do Porto e liderou um grupo liberal. Por estar em inferioridade numérica, o exército do Ex-Imperador não tinha grandes vantagens. Sem muitos sucessos, D.PEDRO I teve que assinar uma aliança com exércitos espanhóis e, depois, um tratado de paz em 26 de maio de 1834. Entretanto, nessa altura, a guerra já havia o minado demais. Sua saúde decaiu e, com imunidade baixa, o líder político contraiu tuberculose. Morreu em Ultima
ÚLTIMA VONTADE – O que poucos sabem é que D.PEDRO I deixou em seu testamento, logo antes de morrer, que queria que seu coração permanecesse na cidade do Porto, conforme repercutido pelo Jornal Opção em reportagem de 2019. Foi justamente em Porto que o português viveu por 13 meses (de julho de 1832 a agosto de 1833). E lá foi o palco da disputa que ele teve com seu irmão Dom Miguel I, travada no conflito. Então, essa ligação afetiva entre seus últimos dias e o cenário bélico geraram em Pedro o desejo de deixar uma parte dele, que estava ligada à cidade portuguesa — literalmente, o seu coração. Em 1972, as demais partes dos restos mortais de D.PEDRO I foram levadas ao Brasil, e estão no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Mais precisamente, na cripta do Monumento à Independência. Já o órgão que bombeia o sangue, como sabemos, está bem mais longe: repousa dentro de um recipiente de vidro, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Porto. Não dá para dizer que o coração está guardado a sete chaves, pois são, na verdade, cinco — a primeira abre uma placa de metal; a segunda e a terceira movimentam uma rede; a quarta, mexe uma urna; e a quinta.
O coração de D. Pedro 1º, o primeiro imperador do Brasil, chegou à Base Aérea de Brasília 22/08/2022). Durante os próximos quinze dias, ficará em terras brasileiras, em comemoração ao bicentenário da Independência, proclamada pelo antigo imperador. No dia 8 de setembro, retornará para Portugal
TÚMULO EM LISBOA Após a morte, em 1834, D. Pedro foi enterrado ao lado de outros familiares da dinastia Bragança no Mosteiro de São Vicente de Fora. Mesmo com a vinda da ossada para o Brasil, o túmulo ainda está presente no Mosteiro. No local, encontram-se os corpos e os corações de outros reis e rainhas portuguesas. Outro túmulo que está vazio é o de D. Pedro 2º, filho de D. Pedro, nascido no Brasil e proclamado imperador com a volta do pai para Portugal. Os restos mortais do segundo imperador estão na Igreja São Pedro de Alcântara, em Petrópolis.
O coração de Dom Pedro I está preservado há 187 anos devido a uma solução conhecida da medicina: o formol. O formol é uma substância utilizada para preservar órgãos e cadáveres para estudos em laboratórios de anatomia. De acordo com o professor do curso de Medicina da Universidade Feevale Julio de Oliveira Espinel, para que possa durar anos, o órgão ou o corpo precisam ser “blindados” do contato com substâncias presentes no ambiente, que são capazes de destruir as peças anatômicas após a morte do indivíduo.