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Verdade seja dita: pelo menos uma vez na vida você já cogitou fazer um empréstimo. As finanças fogem do controle, o cartão de crédito estoura, há uma emergência familiar de saúde, a viagem dos sonhos está se aproximando… as possibilidades são inúmeras – e as empresas que ofertam, também! Existe um manual ensinando os SIMs e os NÃOs desta modalidade de crédito? Infelizmente, não criaram ainda.
Mas, por meio de dicas simples, a gente te ajuda a identificar quando vale a pena e quando é só furada. Por mais organizada que seja a sua vida financeira, a possibilidade de aportar uma graninha a mais existe e, em muitos casos, é válida. Por exemplo, se você é um microempresário e quer injetar dinheiro na operação para fazer uma reforma, aumentar o mix de produtos ou até reposicionar sua marca e não tem de onde tirar no momento, com certeza abrir o aplicativo do seu banco ou entrar no site de alguma financeira para saber mais já fizeram parte da sua lista de atividades do dia. Para começar, é bom diferenciar os tipos de empréstimo:
– Consignado: o que mais vemos divulgado por aí, seja em panfletos no meio da rua, seja na televisão, nos programas mais populares. Acontece de forma que cada uma das parcelas é descontada na folha de pagamento ou até mesmo na aposentadoria do contratante;
– Pessoal: é mais simples, pois é realizado diretamente entre as duas partes – o solicitante e a instituição financeira. Em alguns casos, há o oferecimento de um bem como garantia;
– Cheque especial: de especial mesmo, só o nome. Uma das maiores armadilhas na qual o brasileiro gosta de cair. Sabe aquele limite pré-aprovado que o banco disponibiliza? Quando o cliente assina essa modalidade, este crédito é utilizado de forma automática assim que o dinheiro da conta acaba;
– Financiamento: não parece, mas também se trata de um empréstimo. Neste caso, o uso do aporte financeiro é para um fim específico, como um carro ou uma casa e o próprio bem acaba funcionando como garantia.
A pergunta é: independente do caso, quando vale a pena fazer um empréstimo? Ah, atenção a dois indicadores importantes: a taxa de juros e o Custo Efetivo Total – CET. A primeira é óbvia e auto-explicativa. Impacta diretamente no valor final que você deverá pagar. Já o CET é um valor que contém inúmeros itens dentro dele, como o seguro, os tributos e outras despesas. Avalie os dois antes de contratar seu empréstimo, sempre!
1) Se for pra gastar menos, vale a pena!
Imagina que você estourou dois cartões e está pagando parcelas altíssimas. Faça o cálculo: se obter um empréstimo para quitar os dois cartões gerar uma parcela MENOR da que você está pagando no momento, talvez seja bom considerar. Afinal, os juros dos cartões pelo não pagamento são gigantescos, a dívida sobe diariamente e a tendência é que vire uma grande bola de neve. Ao escolher fazer um empréstimo pessoal, você passará a pagar um valor fixo somente a uma instituição e com juros pré-definidos. É um investimento para ter, novamente, o controle da sua vida financeira.
2) Se for para ganhar um desconto antecipado, vale a pena!
Em alguns casos, o pagamento antecipado de parcelas (de um financiamento imobiliário, por exemplo) pode gerar um bom abatimento no final do valor. Até mesmo algumas instituições financeiras, na hora de negociar dívidas, podem abrir exceções e ceder descontos consideráveis para encerrar sua dívida. Se esse for o seu caso e se a parcela do empréstimo for razoavelmente menor que o pagamento mensal do bem em questão, é um bom investimento. Lembrando sempre de ter tudo na ponta do lápis para não se perder na troca de uma parcela por outra.
3) Se for para itens não essenciais, não vale a pena!
Roupas, perfumes, viagens, acessórios, tecnologia… fazem brilhar os olhos de todos, mas, no fim das contas, só devem ser consumidos quando o dinheiro não vai fazer falta. Se a sua vontade de ter coisas for grande, fazer um empréstimo só para matar essa vontade não é uma boa opção. Controle a vontade de gastar e se programe melhor para comprar itens que realmente façam a diferença – e só quando tiver uma graninha sobrando!
4) Se for para investir em uma carteira sem planejamento, não vale a pena!
O primeiro mandamento de quem quer começar a construir uma carteira de investimentos é: elimine todas as suas dívidas. Se você está com a vida financeira descontrolada, pegar um empréstimo só para começar a criar a sua carteira de investimentos, ainda que sejam de alta liquidez, não é uma boa opção. Organize, primeiro, as suas finanças e, posterior a isso, inicie a sua vida de investidor(a).
5) Se for para investir em um negócio com boas perspectivas de retorno, PODE valer a pena!
Se a situação for com foco em investir ou até ampliar o seu negócio, pode valer a pena. É de suma importância que o empréstimo tenha uma finalidade bem definida e não seja desviado no meio do percurso. Não é válido utilizá-lo para cobrir despesas quando o objetivo principal era outro. Mantenha a meta até o final e balize as suas decisões com o planejamento financeiro debaixo do braço. Afinal, o empréstimo deve ser uma ajuda, não a sua ruína.
6) Se for para investir em conhecimento, PODE valer a pena!
Existem cursos muito específicos que realmente podem dar um upgrade salarial na sua carreira. Se o empréstimo em questão for para investimento intelectual e que o retorno venha em um prazo bem determinado, pode valer a pena.
A dica, para este caso, é verificar se alguma outra conta ficará descoberta, pois, no decorrer do curso, o ideal é que o compromisso com a instituição seja honrado e o dinheiro permaneça com foco em finalizar a empreitada educacional. No fim das contas, avalie: será que um curso mais barato, um curso gratuito ou até uma consultoria com um profissional farão o mesmo efeito? Pontos a se pensar.
O que vale a pena mesmo é ser livre de dívidas, construir um futuro tranquilo e deixar o dinheiro trabalhar pra você.
FONTE: CAPEF-NOTÍCIAS