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Energia Limpa no Ceará – Por Amanda Araújo

JESS – Portal da Notícia – 1.579 publicadas – sindesp.org.br.

Destaque no país em produção de energia eólica e solar, Ceará caminha para ter uma matriz elétrica cada vez mais renovável.

Natureza e tecnologias recentes favorecem o nosso futuro sustentável. As duas principais energias renováveis até então, eólica e solar, representam 53,6% da matriz elétrica cearense, conforme dados da agência nacional de energia elétrica (ANEEL). Os trabalhos desenvolvidos pela iniciativa privada e pelo Governo do Estado, para a ampliação da cadeia produtiva de Energias Limpas, aumentam os potenciais do estado.

Isso porque o Ceará já é um estado exportador de energia elétrica, lembra o coordenador do núcleo de energia da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Joaquim Rolim. em 2019, exportou 25,6% da energia elétrica gerada no estado. “Se acrescentarmos as usinas em construção e outorgadas pela ANEEL, com construção a iniciar, o Ceará terá, em um futuro próximo, 70% da sua matriz elétrica composta pelas renováveis fontes eólica e solar”, acrescenta ele.

Joaquim destaca pontos de melhorias para a cadeia produtiva de energias renováveis no Ceará. O primeiro é relacionado às linhas de transmissão. “Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou as capacidades disponíveis para conexão de novas usinas no período 2021/2025. O Ceará Apresentou um dos melhores resultados do país, com 23.800MW disponíveis em 28 pontos de conexão, no ano de 2025”.

A segunda questão é que o Ceará apresentou, para o próximo leilão de energia A-4 (junho/2021), 15% dos projetos solares, 11% dos projetos eólicos e 14% do total de projetos eólicos e solares. Isso deixou o estado na segunda posição no brasil, além de ter sido o estado que mais evoluiu no cadastramento de projetos para os leilões federais de compra de energia.

“Tem ocorrido melhoria contínua nos últimos dois anos, mostrando que estamos no caminho certo. No segmento de geração distribuída, está em tramitação o projeto de lei do setor, o PL-5829. O setor tem se debruçado no tema, principalmente com o apoio do Sindienergia-CE e entidades nacionais do setor, com vistas a se poder ter uma maior estabilidade jurídica para o segmento”, complementa.

233%: Foi a evolução do Ceará em 2021 no cadastramento de projetos para os leilões federais de compra de energia, em relação a 2014, segundo a Empresa de Pesquisa Energética(EPE).

Matriz elétrica do Ceará: Março/2021: 48,9% Eólica; 28% Carvão Mineral;12,1% Gás Natural; 6,2% Petróleo e Outros; 4,7% Solar; – Futuro: 35,8% Eólica; 34% Solar; 18,2% Carvão Mineral; 7,9% Gás Natural; 4,1 Petróleo e Outros.

2.273MW: É a capacidade instalada de geração centralizada de energia eólica; 218MW: É a capacidade instalada de geração centralizada de energia solar fotovoltaica (usinas de grande porte); 195,1MW: É a geração eólica e solar distribuída, na qual o consumidor pode gerar sua própria energia.

Fonte: FIEC/ANEEL

Oportunidades

Com benefícios ambientais e sociais, o mercado das energias renováveis é promissor. “Existe um movimento em toda a Europa, que já está se instalando nos demais continentes, de utilização, daqui a alguns anos, de 100% de energias renováveis”, diz Luís Carlos Queiroz, presidente do sindicato das empresas prestadoras de serviços do setor elétrico do estado do Ceará (Sindienergia Ceará). O crescimento das energias renováveis significa mais demanda de empregos. Podem ser criados cerca de nove milhões de vagas de emprego por ano globalmente, segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA).

“Pelo seu papel na tentativa de combater a crise climática, é urgente que haja uma contínua promoção da transição energética”, avalia Jonathan Colombo, gerente de relações institucionais para América Latina da Vestas – empresa dinamarquesa produtora de turbinas de energia eólica, que reinaugurou, em 2019, a fábrica no município de Aquiraz. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA), Elbia Gannoum, explica que a expansão da matriz energética do país deve se dar majoritariamente por fontes renováveis. E, quanto mais diversificada, melhor. “Cada fonte tem seus méritos, e precisamos de todas. Do lado da energia eólica, o que podemos dizer é que a escolha de sua contratação faz sentido do ponto de vista técnico, social, ambiental e econômico.” Em relação à diversificação de energias limpas, o ceará tem uma oportunidade de ouro: O hidrogênio verde. “Permitirá a transferência de larga quantidade de energia entre regiões distantes, e o ceará concentra diferenciais competitivos para essa nova oportunidade que surge”, garante Joaquim Rolim.

Por Amanda Araújo – Fonte Jornal O Povo