SINDESP

Insegurança Alimentar No Estado Do Ceará

JESS-PORTAL DA NOTÍCIA –EDIÇÃO 3.177-SINDESP.ORG.BR

A fome atinge metade dos lares com crianças de até 10 anos no CE. Estudo aponta que quase 52% das famílias cearenses a margam os piores níveis de insegurança alimentar.  Falta de alimentos de qualidade para crianças pode prejudicar a atenção, a memória e a capacidade de aprendizagem de forma geral, além de baixar as defesas do organismo. O Ceará é o quarto estado, em números absolutos, em que mais há pessoas passando fome no Brasil. São 2,4 milhões de cearenses nesta condição, o equivalente a 26,3% da população. Os dados são do estudo divulgado ontem pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) que revela também que, no Estado, 81,9% das famílias estão enfrentando algum nível de insegurança alimentar. Essa situação impacta especialmente os domicílios com crianças de até 10 anos e/ou com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Mais da metade (51,6%) dos lares cearenses nesse perfil estão com restrição moderada ou grave (fome) de acesso aos alimentos. No Brasil, os dados do II Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19 (II VIGISAN) revelam que as regiões Norte e Nordeste têm, proporcionalmente, os mais graves índices de risco alimentar. No Maranhão, por exemplo, quase dois terços (63,3%) das residências com crianças até dez anos apresentam insegurança alimentar moderada ou grave (fome). Na sequência, aparecem Amapá (60,1%), Alagoas (59,9%), Sergipe (54,6%), Amazonas (54,4%), Pará (53,4%), Ceará (51,6%) e Roraima (49,3%). O trabalho mostra ainda que o Ceará possui uma condição em que há instabilidade na capacidade das famílias de acesso aos alimentos, expressa, principalmente, “pela preocupação com a falta de alimentos no futuro próximo”. Há diferenças

 

Socioeconômicas nas regiões que pedem políticas públicas direcionadas para cada estado que as compõem.  Mesmo com a cobertura do Auxílio

Brasil, uma ampla parcela da população que possui renda menor que dois salários mínimos não tem acesso ao programa. Esse público é o que está mais sujeito à insegurança alimentar e fome. É o que ocorre em 65,6% dos domicílios que se encaixam neste perfil de renda no Acre, e em 67,6% no Pará. Estes altos índices acompanham as residências nesta mesma situação em vários estados brasileiros: Maranhão (72%), Sergipe (76,5%), Piauí (66,1%), Ceará (65,2%), Rio de Janeiro (61%), São Paulo (58,4%) Santa Catarina (65,7%), Rio Grande do Sul (64,4%) e Distrito Federal (63,9%). “É uma parte da população que já sofre com a insegurança alimentar. A atual política pública deixa de fora famílias que estariam socialmente elegíveis ao recebimento de uma renda, e que estão em alta vulnerabilidade alimentar”. Falta de trabalho formal é um agravanteEndividamento é o motor do agravamento da fome no País –  Outros indicadores Fome afeta crianças – Nas casas em que há crianças com menos de 10 anos, há pouquíssima segurança alimentar. Em domicílios com moradores nesta faixa de idade, a proporção de insegurança alimentar moderada ou grave está acima de 40% em todos os estados da região Norte. No Nordeste, sete dos nove estados estão na mesma condição. Fome e escolaridade – Os dados ainda revelam que, nos domicílios cujo chefe de família tinha menos de 8 anos de estudo, a proporção de famílias vivendo em situação de fome superou a média nacional (21,1%). A pior situação é observada em Roraima (44,6%). No Nordeste, a pior situação é a de Alagoas (46,1%), enquanto o Ceará aparece na 5º pior situação (31,2%).

 

 

A insegurança alimentar é um termo que se refere à falta de acesso da população à alimentação em quantidade e qualidade adequadas, conforme as necessidades nutricionais de cada indivíduo.

Fonte: jornal o Povo