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JANEIRO ROXO – MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE À HANSENÍASE   

JESS-PORTAL DA NOTÍCIA –EDIÇÃO 3.435 –SINDESP.ORG.BR

Janeiro Roxo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está em segundo lugar em número de casos (perdendo apenas para a Índia), concentrando 90% dos registros nas Américas.

Entenda a doença

Trata-se de uma doença infectocontagiosa milenar e os seus primeiros registros datam de 600 a.C. Proveniente do extremo Oriente, se espalhou para o restante do Oriente, África e depois Europa. Não há menção da doença entre os ameríndios (habitantes da América antes da chegada dos europeus). Sua história no Brasil, portanto, se inicia durante o período de colonização, porém não se sabe exatamente a data dos primeiros casos. Ainda hoje continua sendo uma doença presente em muitas partes do planeta, sendo que o Brasil tem o segundo maior número de casos no mundo, sendo mais prevalente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Essa infecção é causada por uma micobactéria denominada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, este segundo nome em homenagem a Armauer Hansen, cientista norueguês responsável por identificá-la no ano de 1873. Acomete homens e mulheres em igual proporção, em qualquer idade e afeta principalmente pele e nervos periféricos (superficiais).

Transmissão 

Para que haja contaminação é necessária uma exposição prolongada à bactéria e, dentre os infectados, apenas uma pequena parcela realmente adoece e desenvolve sintomas. Sua transmissão ocorre através das vias aéreas superiores, por contato com gotículas de saliva ou secreção nasal. Os primeiros sintomas podem levar de 2 a 7 anos para aparecerem. Portanto, trata-se de uma doença crônica de evolução lenta. A transmissão se dá por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente que não esteja em tratamento (iniciado o tratamento, não é mais transmitida).

Diagnóstico clínico e classificação

A hanseníase pode aparecer de diversas formas dependendo do organismo. Pode se manifestar como mancha esbranquiçada, avermelhada ou amarronzada,  única ou múltiplas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs classificação da hanseníase em Paucibacilar (quando há até cinco lesões e um tronco nervoso acometido) – Hanseníase Indeterminada (HI) e Hanseníase Tuberculóide (HT) – e Multibacilar (quando há mais de cinco lesões e/ou mais de um tronco nervoso acometido) – Hanseníase Dimorfa ou Borderline (HD) e Hanseníase Virchowiana ou Lepromatosa (HV).

As manifestações clínicas da doença estão diretamente relacionadas ao tipo de resposta imunológica ao M. leprae. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença: Hanseníase Indeterminada (HI): forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças

Principais sinais e sintomas da hanseníase

 Sensibilidade pode estar diminuída, ou seja, na região não há distinção entre o calor e o frio. Posteriormente há a diminuição da sensibilidade dolorosa (“não dói”) e da sensibilidade tátil (“não é sensível ao toque”). Além disso, pode haver: áreas com diminuição de pelos e suor; dor; sensação de choque e formigamento nos braços e pernas; e, diminuição da força muscular. Outras lesões podem aparecer na pele, tais como: caroços e lesões avermelhadas ou acastanhadas pelo corpo; bolhas e feridas em mãos e pés. O nariz pode ficar entupido, sangrar ou com sensação de ressecamento. O aspecto da lesão, a quantidade de bacilos, as regiões da pele anestesiadas e com lesões, e o comprometimento de nervos podem variar bastante. As lesões são bastante distintas entre si e podem ser confundidas com outras doenças de pele, por isso é imprescindível não se autodiagnosticar ou automedicar e sempre onsultar um médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima à sua casa se tiver qualquer suspeita de estar com hanseníase.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hanseníase é gratuito, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível na UBS. Além disso, o tratamento é ambulatorial, ou seja, não precisa de internação hospitalar, e é feito com antibióticos em comprimidos, com duração média entre 6 a 12 meses, com acompanhamento na UBS. Logo no início do tratamento a doença não é mais transmitida, evidenciando a necessidade de diagnosticar e tratar rapidamente o paciente, tanto para prevenir complicações, quanto para evitar a transmissão. Não se deve fazer qualquer tipo de isolamento ou algo parecido. A hanseníase é uma doença curável, porém pode ser transmitida e deixar sequelas se o diagnóstico demorar muito para ser feito. As melhores formas de prevenção do surgimento de novos casos e de evitar as sequelas são: o diagnóstico e tratamento adequado dos pacientes, o exame das pessoas que convivem e conviveram nos últimos anos com o paciente, especialmente as que moram na mesma casa e/ou tenham contato muito próximo. Desconhecimento sobre a doença faz surgir preconceitos que só dificultam o adequado controle da hanseníase.

FONTE: UNIVERSIDADE SANTO AMRO – SÃO PAULO-SP