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Espécime raro é o mais completo e o mais bem preservado, até hoje, do grupo conhecido como CHAOYANGOPTERIDAE Descoberta marca 20 anos de parceria entre pesquisadores do Brasil e da China. Produção do artigo reuniu 14 pesquisadores de nove instituições chinesas e brasileiras
A MEGA revista científica SCIENTIFIC REPORTS publicou artigo elaborado por 14 pesquisadores chineses e brasileiros, representando nove instituições, que revela uma nova espécie de PTEROSSAURO, o MEILIFEILONG YOUHAO, que pertence ao grupo CHAOYANGOPTERIDADE. Ele viveu no período Cretáceo, no nordeste da China e é uma nova adição a famosa Biota de JEHOL (China). A espécie, assim como todos os outros membros do grupo, não tinha dentes e ultrapassava dois metros de envergadura.
O artigo marca os 20 anos de parceria entre pesquisadores chineses e brasileiros na área da paleontologia. O trabalho conta com a participação de pesquisadores da URCA e foi divulgado no último mês de dezembro.
“Foram 20 anos de uma parceria muito frutífera e produtiva. Estamos muito felizes em trabalhar em colaboração, que muito contribuiu para o avanço da paleontologia, especialmente, dos PTEROSSAUROS, os primeiros vertebrados a desenvolverem a capacidade de voar”, comemora o pesquisador XIAOLIN WANG, DO INSTITUTO DE PALEONTOLOGIA E PALEOANTROPOLOGIA DE VERTEBRADOS (IVPP), que coordenou o estudo. “Expressamos a nossa amizade a partir do nome desta nova espécie: MEILIFEILONG significa “lindo dragão voador” e YOUHAO significa “amizade”.
É importante registrar que estamos falando de um grupo raro de PTEROSSAUROS, que tem o MEILIFEILONG YOUHAO como o espécime mais completo. Ele possui uma crista craniana acima da grande fenestra NASOANTORBITAL (abertura no crânio que inclui as narinas externas) com uma extensão suave”, explica o professor ALEXANDER KELLNER, paleontólogo e diretor do Museu Nacional/UFRJ, que coordenou a participação de pesquisadores brasileiros no estudo.
Os autores apresentam uma série de características físicas desta nova espécie. “Através desta pesquisa, conseguimos esclarecer o aumento da diversidade taxonômica deste grupo de PTEROSSAUROS. É bastante surpreendente que os CHAOYANPTERÍDEOS sejam encontrados na China e provavelmente também no Brasil. É algo que precisamos investigar mais”, afirma o pesquisador SHUNXING Jiang do IVPP. “A descoberta prova que ainda temos muito a encontrar”, destaca XIN CHENG, da Faculdade de Ciências da Terra da Universidade de JILIN, um dos pesquisadores chineses que participaram do estudo.
Colaboração científica Brasil-China
A nova descoberta é considerada como um marco nos 20 anos de parceria entre pesquisadores brasileiros e chineses na paleontologia. Diógenes de Almeida Campos que, juntamente com o professor ALEXANDER KELLNER, iniciou esta colaboração, sublinha a importância desta parceria: “Trabalhar com colegas da China tem sido uma forma importante de promover a internacionalização da Ciência”, destaca Almeida Campos.
Ao longo de duas décadas, a colaboração sino-brasileira produziu dezenas de trabalhos, resultando em publicações nas principais revistas científicas do mundo, como a Science e a NATURE. O trabalho publicado na SCIENTIFIC REPORTS, do grupo NATURE, reuniu 14 pesquisadores de nove instituições: Instituto de Paleontologia e PALEONTROPOLOGIA de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências, Museu Nacional/UFRJ, Universidade SUN YAT-SEM, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC, UNIVERSIDADE DE JILIN, UNIVERSIDADE DE SHENYANG, MUSEU DE CIÊNCIAS DA TERRA DO RIO DE JANEIRO, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO E MUSEU DE PALEONTOLOGIA PLÁCIDO.
CIDADE NUVENS (UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI). MUITOS DESSES PESQUISADORES E INSTITUIÇÕES FAZEM PARTE DO INCT PALEOVERT, RECENTEMENTE CRIADO COM O APOIO DO CNPQ.
O Dr. Álamo Saraiva, coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA) e pesquisador recentemente contemplado no edital Universal da FUNCAP, destaca a parceria estratégica entre os pesquisadores da URCA e do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e PALEOANTROPOLOGIA da China (IVPP). Essa colaboração não apenas fortalece a posição da URCA como referência na pesquisa de fósseis, mas também solidifica o interior do Ceará como um polo de destaque nesse campo de estudo. “Essa cooperação transcende barreiras culturais e geográficas, representando um exemplo inspirador de como a colaboração científica global pode transformar e enriquecer o cenário da pesquisa paleontológica no Brasil, especialmente no contexto específico do estado do Ceará”, afirma Álamo Saraiva.
O pesquisador RENAN BANTIM, que atualmente desempenha o papel de pesquisador visitante na Universidade Regional do Cariri (URCA) com apoio financeiro da FUNCAP, é um dos coautores destacados na mais recente publicação científica resultante da colaboração entre pesquisadores cearenses e chineses. Esta colaboração culminou na formalização de um significativo acordo de cooperação científica entre a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o Instituto de Paleontologia de Vertebrados e PALEOANTROPOLOGIA, vinculado à Academia Chinesa de Ciências.
O impacto positivo dessa parceria já se reflete no intercâmbio contínuo entre pesquisadores e instituições tanto no Brasil quanto na China, resultando na publicação de diversos artigos científicos em periódicos de renome internacional. Para RENAN BANTIM, essa colaboração vai além das fronteiras geográficas, representando uma oportunidade única para impulsionar a ciência paleontológica no estado do Ceará.
A parceria não apenas oferece uma plataforma para a troca de conhecimentos, mas também estimula o investimento na ciência, algo que é altamente valorizado na tradição científica chinesa. RENAN BANTIM destaca que essa sinergia entre pesquisadores brasileiros e chineses não só fortalece a pesquisa local, mas também posiciona o Ceará como um polo emergente na paleontologia, alinhado com os padrões de excelência científica estabelecidos pela parceria internacional.
MATÉRIA ORIGINAL – FONTE DA URCA