O SIGNIFICADO DA PÁSCOA PARA OS CRISTÃOS EM GERAL E PARA OS CATÓLICOS EM PARTICULAR¹
PE. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES²
Vamos discorrer um pouco sobre o significado da Páscoa para os Cristãos e em particular, para os Católicos. Fui à internet, que é a grande fonte bibliográfica, também usei a Bíblia Sagrada e usei também um livro que ganhei de presente de meu colega Manoel Sousa, no meu aniversário e que estou lendo lentamente, cujo título é ZELOTAS, e o resultado é o presente texto. A Páscoa – que em hebraico, חג הפסחא, significa passagem – celebra a saída do povo hebreu da escravidão do Egito para a liberdade. Portanto, é a libertação do povo hebreu que, após longa peregrinação pelo deserto, estabeleceu-se em Canaã, na terra prometida. Todos os anos, quando celebravam a festa da Páscoa em Jerusalém (João 2:13; João 12:1; João 11:55; João 19:14), Jesus era levado para lá pelos seus pais (Lucas 2:41). Durante este período de festa, o cordeiro era sacrificado aos arredores do Templo. Muitos judeus vinham de outras regiões fora da Palestina para participarem da festa da Páscoa. O mais habitual era os judeus se encontrarem e se reunirem em grupo, também foi assim com Jesus e seus seguidores, pois se reuniram no Cenáculo. A Páscoa tem sido celebrada pelos Cristãos desde muito cedo na sua História. Hoje, pessoas de todo o mundo se juntam para comemorar essa grande vitória, que mudou suas vidas. Para os Cristãos, Páscoa é a celebração da morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus, o acontecimento mais importante para todos os cristãos.
É celebrada todos os anos num domingo, entre 22 de março e 23 de abril. É a passagem de Jesus da morte para a vida, trazendo salvação para todos que creem Nele (João 5:24). Quando morreu e ressuscitou, Jesus pagou o preço do pecado e nos deu uma nova oportunidade para ter um relacionamento pessoal com Deus (Romanos 8:1-2). Esse foi o grande objetivo Dele, sua divina missão aqui na terra.
A Páscoa cristã tem suas raízes na religião de Israel: o judaísmo. Foi no contexto da celebração da Páscoa judaica – quando todos os judeus peregrinavam à Jerusalém para fazer memória da libertação – que Jesus, segundo os evangelistas, sabendo que seria entregue à morte de cruz, celebrou a sua Páscoa com os discípulos, naquela quinta-feira santa (cf. Mt 26, 2; Mc 14, 1; Lc 22, 1 e Jo 13, 1). É o que chamamos de Última Ceia. Sentado à mesa com os seus discípulos, Jesus dá um novo sentido à antiga Páscoa dos judeus. A Páscoa de Jesus é a passagem da morte para a vida, quando Ele ressuscita dos mortos no terceiro dia. Agora, Ele mesmo é o Cordeiro, que foi sacrificado, uma única vez, e o seu sangue derramado para resgatar da escravidão do pecado e das amarras da morte todos aqueles que crerem em seu nome. “Isto é o meu corpo que é dado por vós
Este é o cálice da nova aliança no meu sangue que é derramado por vós”. (Lc 22, 19-20) Estas foram as palavras de Jesus quando celebrou a Páscoa com os seus discípulos. Não é mais o sangue de animais, mas é Ele mesmo que, vivendo o momento da sua paixão redentora, se entrega na cruz, para oferecer a vida nova de Deus a todos. E, assim como Moisés com o povo de Israel, Jesus também pede que a sua Páscoa seja recordada de geração em geração, por isso, diz: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19). É por essa razão que nas celebrações eucarísticas, nós cumprimos este pedido, esta determinação de Jesus. Após a ressurreição, “quando amanhecia o primeiro dia da semana” (Mt 28, 1), os primeiros cristãos começaram a reunir-se para celebrar a Eucaristia, o memorial da páscoa de Cristo, não mais no sábado, mas no domingo, dia do Senhor (At 20, 7; 1Cor 16, 2). É a Páscoa cristã dominical, quando se celebra, ao longo do ano, o acontecimento central da nossa fé cristã. A Páscoa cristã não se resume apenas numa esperança ainda distante, mas pode tornar-se realidade aqui e agora. Podemos fazer acontecer a Páscoa quando assumirmos o compromisso, com Jesus, de fazer “novas todas as coisas” (cf. Ap 21, 5). É a passagem de um modo de vida para um outro, em Cristo. É caminhar na novidade de vida como autênticos filhos e filhas de Deus transformando a realidade em que vivemos, muitas vezes ferida pelos sinais de violência e de morte. Encontramos, em várias partes da Bíblia, menção a Jesus por ser o cordeiro como, por exemplo, em (Isaías 53:7 e João 1:29). O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo como João Batista bem disse em João 1:29. Jesus é o cordeiro perfeito! A partir daquele momento, não seriam mais necessários sacrifícios envolvendo cordeiros, ervas e pães. Com o sacrifício perfeito e definitivo de Jesus, o Cordeiro do Senhor, não havia nem precisava mais de outros tipos de sacrifícios.
A substituição da carne do cordeiro, das ervas, dos pães, Jesus instituiu Seu corpo, Seu sangue, em memória deste sacrifício, portanto, ao participarmos da Ceia do Senhor, comermos o pão, bebermos o vinho, lembramos a Cruz, o sacrifício do Cordeiro de Deus. Este momento, festa da Páscoa, que na verdade foi a última Páscoa, foi introduzido a primeira Ceia do Senhor. Algo interessante perceber é que, a Páscoa sempre dava uma direção para frente, futuro, o que há de vir e já a Ceia aponta para o passado, como um símbolo, um acontecimento, do cumprimento, fidelidade e amor do Senhor por nós. Na Igreja Católica Apostólica Brasileira, seguimos a tradição da celebração da Páscoa Católica latina, ocidental, trazida para o Brasil pela Igreja Católica Apostólica Romana, que era a religião oficial no Brasil Colônia e no Império. Uma feliz Páscoa para todos nós, que a Paz de N. S. Jesus Cristo, triunfe sobre as guerras e a violência do mundo atual.
FONTES: Bíblia Sagrada. Petrópolis, Vozes, 1995 – Aslan, Reza A VIDA E A ÉPOCA DE JESUS DE NAZARÉ. Tradução Marlene Suano, 1ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 2013.
https://www.respostas.com.br/o-que-e-a-pascoa-4/ – baixado em 27/03/2024
https://www.salesianos.br/blog/qual-o-sentido-da-pascoa-para-os-cristaos – baixado em 27/03/2024
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¹O presente texto é uma compilação de textos da internet e das fontes citadas no final.
²Prof. Aposentado do Curso de História da UECE e padre da Diocese de Fortaleza, da Igreja Católica Apostólica Brasileira – ICAB
³Havia no Templo, comerciantes que vendiam animais para serem sacrificados. Cada um adquiria um animal segundo as suas posses. Quem era pobre, era pobre geralmente adquiria um pombo, por ser mais barato. (Aslan 2013)
A Diretoria do SINDESP, em especial, o JESS-NOTÍCIA agradece ao nobre e digno religioso, PE. FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVES PELO BRILHANTE TEXTO SOBRE A PÁSCOA