JESS-PORTAL DA NOTÍCIA- EDIÇÃO 3.418-SINDESP.ORG. BR
A varíola do macaco — MONKEYPOX, em inglês — passará a se chamar “MPOX” em todos os idiomas, conforme determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ambos os nomes serão usados durante um ano, até o termo varíola do macaco ser substituído por completo, especificou a OMS. A organização, com sede em Genebra, tem autoridade para nomear novas doenças e, muito excepcionalmente, mudar o nome das já existentes. “A questão do uso do novo nome em diferentes idiomas foi amplamente discutida. O termo MPOX pode ser usado em outras línguas”, afirmou a OMS. Se o nome se mostrar problemático em qualquer idioma, a OMS iniciaria consultas com as autoridades competentes. A varíola do macaco recebeu esse nome porque foi originalmente identificada em macacos destinados à pesquisa na Dinamarca em 1958, mas a doença se desenvolve mais comumente em roedores. Em 1970, a doença foi encontrada pela primeira vez em humanos, na República Democrática do Congo. A propagação em pessoas estava limitada a certos países da África Ocidental, onde é endêmica. Mas começaram a aparecer casos de varíola do macaco no mundo inteiro. A doença causa erupções cutâneas, que podem aparecer nos órgãos genitais ou na boca, acompanhadas de febre e dor de garganta. Na maioria dos casos registrados até o momento, os pacientes são homens que mantêm relações sexuais com homens, relativamente jovens. Até o momento em 2022, 81.107 casos foram registrados em 110 países, com um total de 55 mortes, segundo a OMS. Os principais sintomas envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, LINFADENOPATIA, calafrios e fadiga. Fortaleza já acumula mais de 400 casos de MPOX, doença ANTES CONHECIDA COMO MONKEYPOX, mas rebatizada pela Organização Mundial
da Saúde (OMS). Até o fim de 2022, apenas 15 bairros não tinham registro da doença. De acordo com a plataforma de monitoramento da Secretaria da Saúde do Ceará (SESA), a Capital cearense teve 424 confirmações da doença. Em todo o Estado, são 579. A Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) também tem acompanhamento próprio: ele mostra que, até 29/12/2022, a doença foi detectada em 106 dos 121 bairros. A maioria dos casos (383, ou 92%) foi registrada em homens. A principal faixa etária afetada é a de 30 a 39 anos, com 163 casos, seguida pela de 20 a 29 anos, com 142. Nove confirmações ocorreram em crianças de até 9 anos de idade. Segundo a SESA, a MPOX é uma doença viral cuja transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato pessoal com lesões de pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados, como toalhas e roupas de cama. Dentre as medidas preventivas contra a MPOX, estão: evitar o contato direto com pessoas contaminadas, lavar constantemente as mãos com água e sabão e usar máscara de proteção cobrindo nariz e boca. Finalmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acenou com uma nova nomenclatura para a MONKEYPOX ou varíola dos macacos, como é conhecida no Brasil. Isso acontece depois de muita polêmica e denúncias de discriminação e racismo e, aqui, da morte de macacos, por ignorância e medo. De acordo com comunicado divulgado ontem, 28/11, à medida que novos casos foram confirmados no decorrer de 2022, a organização identificou e recebeu relatos do uso de “linguagem racista e estigmatizante” associada à doença nas redes sociais. No Brasil, além da discriminação, a ignorância a respeito da origem do nome provocou medo, que levou à morte (assassinato) de primatas, como aconteceu em agosto de 2022em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Ao tomar conhecimento do crime contra os macacos, a OMS, se manifesto em Genebra, sua porta-voz, Margareth Harris, explicou que, em 1970, a doença foi nomeada como MONKEYPOX ou ‘varíola dos macacos’ por ter sido identificada, primeiro, nos anos 50, em macacos num zoológico da Dinamarca, salientando que o vírus está presente
em vários animais. E enfatizou que o surto mundial está ocorrendo devido à “transmissão entre humanos, com contato próximo”, completando: “O vírus está em alguns animais, mas não é o que estamos vendo agora. O risco é de outro humano, e a forma de impedir a propagação é reconhecer os sintomas, buscar ajuda e cuidar para que não haja a transmissão. As pessoas não devem atacar animais”. Dezenas de cientistas das mais renomadas instituições e centros de pesquisa globais – entre eles, o premiado brasileiro Tulio de Oliveira – divulgaram carta aberta à OMS, solicitando a mudança da nomenclatura da doença, não apenas para proteger os macacos, mas para evitar ainda mais discriminação e estigma contra a África. Em meio a mobilizações, a OMS declarou que estava consultando especialistas – para encontrar uma nova denominação – e, em breve, divulgaria um sinônimo para MONKEYPOX. Um ano de adaptação. Assim, MONKEYPOX foi abreviado pela OMS e virou MPOX, quase um apelido! O prazo para que todo o mundo adote a nova nomenclatura é de um ano, enquanto isso ela poderá ser utilizada simultaneamente à nomenclatura anterior. “As considerações para as recomendações incluíram justificativa, adequação científica, extensão do uso atual, pronúncia, usabilidade em diferentes idiomas, ausência de referências geográficas ou zoológicas e facilidade de recuperação de informações científicas históricas”, declarou a OMS.