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Os sintomas são dores de cabeça, dores no corpo, nódulos linfáticos os inchados e cansaço, seguido de erupções cutâneas nas mãos e pés.
A França confirmou nesta sexta-feira (20/05/2022) o primeiro caso de varíola do macaco.
O paciente é um homem de 29 anos que não viajou a um país onde o vírus circula. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não há motivos para pânico, porque a doença é, na maioria dos casos, benigna e de baixa transmissão entre humanos. No entanto, alguns especialistas lembram que formas mais severas existem e podem ser mortais. O paciente francês está isolado em seu domicílio na região de Paris. As autoridades sanitárias devem agora identificar as pessoas que tiveram contato com ele para limitar a propagação da doença. Esse tipo de varíola foi descoberto em 1958 na Dinamarca, em macacos de laboratórios, e por isso ganhou esse nome. “Mas atualmente são principalmente roedores que carregam esse vírus”, lembra JEANNE BRUGÈRE-PICOUX, professora de veterinária e membro da Academia francesa de Medicina, em entrevista à RFI.
O primeiro caso em seres humanos data de 1970 e foi registrado na República Democrática do Congo. Desde então, as contaminações no homem ocorreram principalmente no continente africano ou foram importados dessa região do globo, explica a professora. Já em 2003, um pequeno surto foi registrado nos Estados Unidos, com 70 crianças infectadas após terem tido contato com roedores que haviam sido infectados em uma loja de animais, na qual havia espécies trazidas da África. Lesões causadas pela varíola dos macacos no braço e na perna de uma menina na Libéria. Mais grave que uma catapora Agora, desde 6 de maio, a varíola do macaco já foi detectada em dezenas de pessoas no Ocidente. Com exceção da primeira vítima, que havia viajado para a Nigéria, as outras contaminações aconteceram principalmente na Europa, sobretudo no Reino Unido, entre homens homossexuais ou bissexuais, apontam as autoridades. Além da França, que acaba de confirmar uma ocorrência, Espanha, Portugal e Canadá anunciaram, no começo desta semana, terem encontrado uma dezena de casos suspeitos. A varíola do macaco se manifesta por meio de lesões na pele. “Parece uma catapora, mas é um pouco mais grave. Geralmente as pessoas se curam, mas podem ficar com sequelas”, explica a professora. “O vírus pode ser grave entre 1% e 10% dos casos, principalmente nos mais jovens, e pode até levar à morte em pessoas que têm uma saúde frágil ou crianças pequenas”, completa a especialista
VARÍOLA DOS MACACOS: MÉDICO FALA SOBRE A DOENÇA -Fenômeno raro As contaminações ganharam destaque na imprensa francesa dessa sexta-feira (20). De acordo com LIBÉRATION, o surgimento de focos de varíola do macaco na América do Norte e na Europa é um fenômeno raro, já que a doença é pouco .”Endêmica na África, a varíola do macaco é uma zoonose causada por um vírus que pertence à mesma família da varíola humana”, explica o jornal. Os sintomas são dores de cabeça, dores no corpo, nódulos linfáticos inchados e cansaço, seguido de erupções cutâneas nas mãos e pés e que também podem atingir mucosas e órgãos genitais. Até agora, as formas de contágio conhecidas eram por contato com gotas de saliva ou com as lesões cutâneas da pessoa contaminada. O dado novo observado entre os casos é que o vírus também poderia ser sexualmente transmissível. Fim da vacinação contra a varíola tradicional. A presença do vírus em vários países fora da África é inexplicável, de acordo com o jornal LE PARISIEN, mas os especialistas se mostram tranquilizadores porque a doença não se propaga facilmente entre seres humanos, de acordo com a Agência de Saúde britânica citada pelo no artigo.
O LE FIGARO destaca que apesar de não existir um tratamento específico contra a varíola do macaco, a vacina contra a varíola comum protege de maneira eficaz contra a doença. Além disso, de acordo com especialistas do Instituto Pasteur na França, citados pelo jornal, a taxa de mutação do vírus é baixa. “Mas como consideramos que a varíola tradicional estava controlada, paramos de vacinar a população. Por isso, agora somos confrontados ao ressurgimento dessa varíola do macaco”, avalia JEANNE BRUGÈRE-PICOUX. “A questão agora é saber se esse vírus se tornou mais contagioso, resultando nessa contaminação entre seres humanos, diferentes dos casos esporádicos, importados [da África] que tínhamos no passado”, ressalta a professora.